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Biologia e Controle de Escorpiões

Os Escorpiões ao Redor do Mundo - Espécies que Vivem no Brasil

Os primeiros escorpiões surgiram há cerca de 400 milhões de anos, no período Siluriano, e foram uma categoria pioneira na ocupação de ambientes terrestres quando o planeta Terra começou a tornar-se capaz de sustentar vida fora da água. Esses animais passaram por tudo ao longo de sua história, desde grandes extinções em massa, como a dos dinossauros, até mudanças climáticas significativas com as diversas glaciações. Mesmo assim, eles não sofreram alterações consideráveis em sua estrutura, o que demonstra grande resistência, adaptação e eficiência em suas funções.

Os ancestrais dos escorpiões eram os euriptéridos. Animais predadores muito importantes nos ecossistemas marinhos, eles possuíam brânquias e pernas parecidas com as de caranguejo, com uma unha terminal, e se alimentavam principalmente de peixes. Além disso, eles eram enormes! Um fóssil de 46 cm de uma pinça de escorpião marinho gigante, ou, mais propriamente, um euriptérido foi encontrado na Alemanha, o que indica um escorpião de 2,5 metros, maior que um ser humano. Apesar de raros, indícios fósseis indicam que esse grupo era muito abundante e diversificado. Os registros são, em sua maioria de exoesqueletos (“cascas” que sobram após as mudas).

Acredita-se que o aparecimento de peixes predadores forçou a saída dos euriptéridos da água. Dessa forma eles ocuparam toda a superfície terrestre, não sendo encontrados somente na Antártida. Há uma preferência por ambientes áridos e pedregosos, onde eles ocorrem em maior diversidade, mas também abundam na Floresta Amazônica, pequenas e grandes cidades, em planícies e altas montanhas como os Alpes Suíços.

No mundo, as áreas de maior probabilidade de contato com um escorpião são: o norte da África, Oriente Médio, México, norte da América do Sul e sudeste brasileiro.

No Brasil, diferentes espécies ocupam todo o território, com diferentes abundâncias em cada região. Em São Paulo, além das espécies que não apresentam perigos ao ser humano, predominam o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião-marrom (Tityus bahienses). As espécies do gênero Tityus, que apresenta maior perigo à população, distribuem-se da seguinte maneira no nosso país:

Tityus serrulatus: 
Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Tityus bahienses: 
de Minas Gerais a Santa Catarina, Mato Grosso do Sul.

Tityus stigmurus e Tityus metjendus: 
Nordeste.

Tityus costatus
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Essas informações não são fixas, ainda mais quando atividades como o transporte de mercadorias promove o transporte passivo e dispersão dos escorpiões em meio a troncos de árvores, caixas de madeira, acompanhando alimentos e objetos, no interior de vagões ferroviário e de caminhões, etc. Estes animais também podem seguir leitos de estradas de ferro e disseminar-se. Outra forma de transporte de indivíduos são os navios, importantes por o fazerem a distâncias maiores e entre regiões intercontinentais.

Um exemplo da ação do homem na expansão das populações desses aracnídeos é o “lesser brown scorpion” (Isometrus maculatus) que, por meios artificiais, disseminou-se por todas as regiões quentes do planeta. Como exemplo nacional, é interessante saber que, no passado, cidades com São Paulo e Campinas eram habitadas apenas pelo escorpião-marrom (Tityus bahienses) e foram posteriormente invadidas pelo escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), espécies mais doméstica e de veneno mais potente.

Características e Espécies

Scorpion” em inglês. “Escorpiónes” (grandes e perigosos aos seres humanos) ou “alacránes” (que não causam mais do que dor) para os falantes de espanhol. “Escorpione” em italiano. “Scorpion” para os franceses. “Skorpion” em alemão. As palavras em muitas línguas que designam os escorpiões originaram-se de “skorpios”, do grego, e de “scorpio”, do latim. No Brasil, eles são ainda denominados de “lacrau” no nordeste, de “rabo-torto” no Maranhão e de “carangonço” em Minas Gerais. O nome “lacrau”, que veio de Portugal, onde também são usados os termos alacrau e alacraia, pode levar a uma confusão desses animais com as lacraias, que são centopeias. Ambos são artrópodos peçonhentos, mas são muito distintos.

Gary A. Polis, um especialista em ecologia de escorpiões, iniciou seu livro sobre a biologia desses animais com a frase “escorpiões são animais fascinantes”. No entanto, a maioria das pessoas mudaria este texto para “escorpiões são animais assustadores!” Este texto busca propiciar ao leitor informações básicas sobre a biologia, ecologia e controle dos escorpiões, no intuito de desmistificar a péssima fama destes animais.

Escorpiões não são insetos!

Não há melhor forma para entender o fascínio que alguns pesquisadores têm pelo grupo que conhecer alguns detalhes sobre este. Um ponto importante é o de que os escorpiões possuem uma série de características únicas: a longevidade potencial, o longo período que passam na fase de juvenis, os pentes no abdome e outras particularidades que possibilitam seu posicionamento em uma ordem chamada Scorpiones ou Scorpionida, dentro da classe Arachnida. Isso significa que, como as aranhas, eles são aracnídeos, e não insetos como diz grande parte das pessoas. As diferenças entre esses dois grupos são importantes e bem visíveis.

A ordem Scorpiones abrange mais de 1500 espécies e, a cada dia, novas vêm sendo descobertas. Só no ano 2008, foram descritas as espécies Chaerilus conchiformus no Tibet, Ananteris arcadiolAnanteris dorae e Microtityus (Microtityus) franckei na Colômbia,Opisthacanthus milloti Opisthacanthus pauliani em Madagascar, Zabius gaucho no sudeste brasileiro dentre outras. A característica mais marcante e que une todas elas, independentemente de quando ocorreu a descoberta, é a produção de veneno, usado para defesa e para caça. Apesar de todas serem peçonhentas, apenas cerca de 25 são realmente perigosas para a população humana.

No Brasil, ocorrem cerca de 90 espécies e destas apenas 5 são de importância médica, todas pertencentes ao gênero Tityus, caracterizados pelo dorso (a parte de cima do corpo) mais escura. Esse número se reduz ainda mais se pensarmos em São Paulo, onde somente 2 espécies, o Tityus serrulatus e o Tityus bahienses, apresentam grande perigo à população.

 Tityus serrulatus: é conhecido popularmente como escorpião-amarelo ou escorpião-branco. Mede cerca de 6 cm de comprimento e possui coloração amarela, principalmente nas patas, e cefalotórax e pré-abdome escuros. Possuem no lado dorsal (lado de cima) do terceiro e quarto segmentos do pós-abdome uns 4 ou 5 dentinhos que formam uma espécie de “serra” (Figura 1) .

http://flog.vermais.com/flog/images/upload/999/48576/1233737/original.jpg?1397704652

 Tityus bahienses: chamado popularmente de escorpião-marrom ou escorpião-preto. Também mede cerca de 6 cm, possui cefalotórax e pré-abdome de coloração escura e pernas castanhas com pequenas manchas escuras, padrão acompanhado pelos palpos (Figura 2).

O tamanho dos escorpiões varia bastante. Tem-se desde espécimes como o Typhlochactas mitchelli, que apresenta entre os 8,5-9 mm e é o menor do mundo, até o Hadogenes troglodytes, originário da África do Sul e que possui 21 cm de comprimento. Mas, seu tamanho não se compara aos dos grandes fósseis, que revelam espécies de 30, 35, 90 cm e até 2,5 m!

Estes animais apresentam cores nos tons amarelos, castanho e preto, sendo todas propícias para a camuflagem. Dessa forma, os espécimes de regiões áridas e semi-áridas são amarelo-pardacentos; os de florestas fluviais são escuros, quase pretos. Foi notado também que indivíduos de Vaejovis grandis, do México, são escuros em solos escuros e claros em solos claros. É importante e útil saber que a cutícula desses animais é fluorescente à luz ultravioleta. Isso facilita a busca noturna de indivíduos com o uso de lanternas especiais de luz negra.

O corpo dos escorpiões é dividido em duas partes principais: o cefalotórax ou prossoma e o abdome ou opistossoma.

 Prossoma: é coberto por uma carapaça, onde se localizam os olhos laterais e medianos. Possui seis pares de apêndices: um par de quelíceras (menores) e um de pedipalpos (maiores e que terminam em uma espécie de pinça, denominada quela) e quatro pares de pernas. Os pedipalpos são estruturas muito fortes, úteis para a captura e aprisionamento das presas. Possuem cerdas sensoriais finas e longas, chamadas tricobótrias, sensíveis ao tato e ao deslocamento de ar.

 Abdome: é subdividido em pré-abdome ou mesossoma e pós-abdome ou metassoma. Em quatro dos sete segmentos do pré-abdome encontram-se um par de estigmas, aberturas para os órgãos respiratórios. Também nesta área está o opérculo genital, próximo ao cefalotórax, que é seguido pelos pentes, apêndices sensoriais exclusivos e que podem servir para diferenciação de grupos, espécies ou até mesmo de sexos. O pós-abdome, conhecido erroneamente como cauda, é uma região estreitada constituída por cinco segmentos de revestimento rígido em toda a superfície mais o telson, uma estrutura com ferrão modificada para a produção e injeção de veneno. Órgãos importantes, como corações, cordão nervoso e sistema digestivo, estão internos no abdome (inclusive pós abdome) e o ânus, diferente do que muitos diriam se abre no último segmento do pós-abdome, antes do telson (e não no final do pré-abdome).Características e Espécies

Scorpion” em inglês. “Escorpiónes” (grandes e perigosos aos seres humanos) ou “alacránes” (que não causam mais do que dor) para os falantes de espanhol. “Escorpione” em italiano. “Scorpion” para os franceses. “Skorpion” em alemão. As palavras em muitas línguas que designam os escorpiões originaram-se de “skorpios”, do grego, e de “scorpio”, do latim. No Brasil, eles são ainda denominados de “lacrau” no nordeste, de “rabo-torto” no Maranhão e de “carangonço” em Minas Gerais. O nome “lacrau”, que veio de Portugal, onde também são usados os termos alacrau e alacraia, pode levar a uma confusão desses animais com as lacraias, que são centopeias. Ambos são artrópodos peçonhentos, mas são muito distintos.

Gary A. Polis, um especialista em ecologia de escorpiões, iniciou seu livro sobre a biologia desses animais com a frase “escorpiões são animais fascinantes”. No entanto, a maioria das pessoas mudaria este texto para “escorpiões são animais assustadores!” Este texto busca propiciar ao leitor informações básicas sobre a biologia, ecologia e controle dos escorpiões, no intuito de desmistificar a péssima fama destes animais.

Escorpiões não são insetos!

Não há melhor forma para entender o fascínio que alguns pesquisadores têm pelo grupo que conhecer alguns detalhes sobre este. Um ponto importante é o de que os escorpiões possuem uma série de características únicas: a longevidade potencial, o longo período que passam na fase de juvenis, os pentes no abdome e outras particularidades que possibilitam seu posicionamento em uma ordem chamada Scorpiones ou Scorpionida, dentro da classe Arachnida. Isso significa que, como as aranhas, eles são aracnídeos, e não insetos como diz grande parte das pessoas. As diferenças entre esses dois grupos são importantes e bem visíveis.

A ordem Scorpiones abrange mais de 1500 espécies e, a cada dia, novas vêm sendo descobertas. Só no ano 2008, foram descritas as espécies Chaerilus conchiformus no Tibet, Ananteris arcadiolAnanteris dorae e Microtityus (Microtityus) franckei na Colômbia,Opisthacanthus milloti Opisthacanthus pauliani em Madagascar, Zabius gaucho no sudeste brasileiro dentre outras. A característica mais marcante e que une todas elas, independentemente de quando ocorreu a descoberta, é a produção de veneno, usado para defesa e para caça. Apesar de todas serem peçonhentas, apenas cerca de 25 são realmente perigosas para a população humana.

No Brasil, ocorrem cerca de 90 espécies e destas apenas 5 são de importância médica, todas pertencentes ao gênero Tityus, caracterizados pelo dorso (a parte de cima do corpo) mais escura. Esse número se reduz ainda mais se pensarmos em São Paulo, onde somente 2 espécies, o Tityus serrulatus e o Tityus bahienses, apresentam grande perigo à população.

 Tityus serrulatus: é conhecido popularmente como escorpião-amarelo ou escorpião-branco. Mede cerca de 6 cm de comprimento e possui coloração amarela, principalmente nas patas, e cefalotórax e pré-abdome escuros. Possuem no lado dorsal (lado de cima) do terceiro e quarto segmentos do pós-abdome uns 4 ou 5 dentinhos que formam uma espécie de “serra” (Figura 1) .

http://flog.vermais.com/flog/images/upload/999/48576/1233737/original.jpg?1397704652

 Tityus bahienses: chamado popularmente de escorpião-marrom ou escorpião-preto. Também mede cerca de 6 cm, possui cefalotórax e pré-abdome de coloração escura e pernas castanhas com pequenas manchas escuras, padrão acompanhado pelos palpos (Figura 2).

O tamanho dos escorpiões varia bastante. Tem-se desde espécimes como o Typhlochactas mitchelli, que apresenta entre os 8,5-9 mm e é o menor do mundo, até o Hadogenes troglodytes, originário da África do Sul e que possui 21 cm de comprimento. Mas, seu tamanho não se compara aos dos grandes fósseis, que revelam espécies de 30, 35, 90 cm e até 2,5 m!

Estes animais apresentam cores nos tons amarelos, castanho e preto, sendo todas propícias para a camuflagem. Dessa forma, os espécimes de regiões áridas e semi-áridas são amarelo-pardacentos; os de florestas fluviais são escuros, quase pretos. Foi notado também que indivíduos de Vaejovis grandis, do México, são escuros em solos escuros e claros em solos claros. É importante e útil saber que a cutícula desses animais é fluorescente à luz ultravioleta. Isso facilita a busca noturna de indivíduos com o uso de lanternas especiais de luz negra.

O corpo dos escorpiões é dividido em duas partes principais: o cefalotórax ou prossoma e o abdome ou opistossoma.

 Prossoma: é coberto por uma carapaça, onde se localizam os olhos laterais e medianos. Possui seis pares de apêndices: um par de quelíceras (menores) e um de pedipalpos (maiores e que terminam em uma espécie de pinça, denominada quela) e quatro pares de pernas. Os pedipalpos são estruturas muito fortes, úteis para a captura e aprisionamento das presas. Possuem cerdas sensoriais finas e longas, chamadas tricobótrias, sensíveis ao tato e ao deslocamento de ar.

 Abdome: é subdividido em pré-abdome ou mesossoma e pós-abdome ou metassoma. Em quatro dos sete segmentos do pré-abdome encontram-se um par de estigmas, aberturas para os órgãos respiratórios. Também nesta área está o opérculo genital, próximo ao cefalotórax, que é seguido pelos pentes, apêndices sensoriais exclusivos e que podem servir para diferenciação de grupos, espécies ou até mesmo de sexos. O pós-abdome, conhecido erroneamente como cauda, é uma região estreitada constituída por cinco segmentos de revestimento rígido em toda a superfície mais o telson, uma estrutura com ferrão modificada para a produção e injeção de veneno. Órgãos importantes, como corações, cordão nervoso e sistema digestivo, estão internos no abdome (inclusive pós abdome) e o ânus, diferente do que muitos diriam se abre no último segmento do pós-abdome, antes do telson (e não no final do pré-abdome).

Um Predador Eficiente

Os escorpiões são assustadores por seu aspecto de lutador, com uma armadura resistente e armas poderosas. Realmente, eles têm se mostrado muito competentes na grande batalha da sobrevivência, ocupando seu espaço de predadores com eficiência.

Uma das características mais visíveis responsáveis por isso é a postura, bem típica, desses animais. Com o pós-abdome curvado para cima e palpos dirigidos para frente, os escorpiões estão sempre prontos para atacar e se proteger, quando movimenta o ferrão apontado para frente de um lado para o outro. Eles se locomovem lentamente, apesar de alguns poderem se deslocar com velocidade, como é o caso do escorpião-preto (Bothriurus araguayae). Em repouso, as pernas são recolhidas e o corpo se mantém apoiado no chão (inclusive o pós-abdome). Escorpiões-marrons (Tityus bahienses) podem também se prender no teto de seus esconderijos.

Por muito tempo acreditou-se que esses animais fossem de hábitos noturnos. O que vem sendo descrito, porém, é uma variação no ritmo de atividade, que pode ser tanto diurna quanto noturna, esta última em maior proporção na maioria dos casos.

A dieta dos escorpiões varia entre as espécies e está relacionada a características como: tamanho do indivíduo, quantidade de alimento disponível no ambiente, tamanho da presa, entre outras.

De maneira geral, a dieta é formada por invertebrados, como insetos e outros aracnídeos. Os escorpiões amarelo e marrom, assim como outras espécies que vivem em meio urbano, alimentam-se principalmente com aranhas, baratas, grilos e outros pequenos invertebrados. Também é usual alimentação com outros escorpiões quando há falta de alimento, disputa por uma presa ou indivíduos muito vulneráveis, como, por exemplo, aqueles em processo de muda, incapazes de se defenderem. Canibalismo é comum, principalmente nas fêmeas, que podem comer seus parceiros após a cópula ou até mesmo seus filhotes. Apesar de soar terrível, o canibalismo é importante para o controle populacional.

A presa é localizada pelos tricobótria (cerdas sensoriais) dos pedipalpos ou por vibrações do substrato sentidas por outros órgãos sensoriais. Assim que encontrada, ela é agarrada com as pinças e levada às quelíceras. Para economia de energia, somente se há resistência usa-se o ferrão com veneno para a paralisia, mas existem escorpiões que nunca picam suas presas.

A digestão se inicia fora do corpo, com a secreção de suco gástrico no alimento enquanto ele é triturado pelas quelíceras. Lentamente, a presa vai sendo ingerida e sua digestão prossegue no intestino. Uma vez bem alimentados, escorpiões podem rejeitar alimento por vários dias (30 para o escorpião-marrom). A resistência ao jejum é também impressionante: fêmeas de escorpião-marrom (Tityus bahienses) já sobreviveram até 6 meses sem alimento, mas o “record” foi registrado para uma fêmea de escorpião amarelo europeu (Buthus occitanus), que sobreviveu em laboratório 1084 dias somente com água.

A necessidade de água e a resistência a sua falta variam entre as espécies e em diferentes condições físicas do ambiente. Animais de regiões áridas desenvolveram técnicas de armazenamento e aproveitamento de água e podem, portanto, passar longos períodos sem hidratar-se.

Escorpiões vivem escondidos sob pedras, troncos, dentro de bromélias, enterrados no solo de florestas ou na areia de desertos para regulação de microclima. Em ambiente urbano, para onde vão em busca da abundancia de alimento, principalmente de baratas, eles podem viver em entulhos, no meio de roupas, em batentes e tacos soltos, em terrenos abandonados ou mal cuidados, em pilhas de tijolos ou telha etc.

Em meio natural, esses aracnídeos exercem funções muito importantes na cadeia trófica. Eles são alimento para diversos animais, como aranhas, formigas, outros escorpiões, sapos, lagartos, aves (corujas, seriemas, galinhas) e mamíferos (ratos, musaranhos, quatis e primatas).

Entre as características comportamentais peculiares de algumas espécies estão a estridulação e a catalepsia.

 Estridulação: é realizada pelo atrito entre partes do corpo, que produz som. Nos gêneros Pandinus Heterometrus, os indivíduos esfregam os pedipalpos com pernas, por exemplo. O escorpião dourado de Israel (Scorpio maurus) produz som ao bater rapidamente a metade posterior do pós-abdome no chão.

 Catalepsia: é a imobilização do corpo para simular uma morte. Alguns escorpiões podem ficar horas de barriga pra cima em uma situação de perigo. Em escorpiões-marrons (Tityus bahienses), foi registrado um período de 13 minutos em imobilidade. Este comportamento pode ser caracterizado como uma estratégia de defesa.

A Reprodução dos Escorpiões

Os escorpiões são animais extremamente antigos, com origem estimada há cerca de 400 milhões de anos atrás. Uma das características que possibilitou esse sucesso é a reprodução eficiente que pode envolver desde cuidado parental até partenogênese.

Reprodução:

A maioria dos escorpiões se reproduz sexuadamente, ou seja, machos e fêmeas acasalam para gerar descendentes. É possível distinguir os sexos porque ocorre dimorfismo sexual nesses animais: machos e fêmeas possuem diferentes tamanhos, diferentes formas de palpos ou outros órgãos, apresentam determinadas estruturas com exclusividade ou apresentam outras características diferenciais. Machos de escorpião-marrom (Tityus bahienses), por exemplo, possuem palpos mais volumosos que os das fêmeas.

O acasalamento é intrigante, envolvendo uma dança nupcial, e só foi descrito recentemente na década de 1950 a partir de observações curiosas de pesquisadores. Tudo começa na busca do macho por uma fêmea receptiva. Ao encontrá-la, iniciam-se os primeiros contatos. Se a fêmea resistir, o macho pode até insistir, mas normalmente acaba por desistir e buscar outra parceira. Quando há sucesso, o macho segura a fêmea pelas pernas, pelo pós-abdome, até encontrar os palpos. Inicia-se, então, uma dança nupcial, também chamada de “promenade a deux” (passeio a dois) pelo naturalista Fabre: com os pedipalpos unidos, o casal se desloca para frente e para trás, de um lado para o outro, sob a liderança do macho, que periodicamente pode sofrer fortes tremores. Nessa dança, o macho busca um local adequado para a deposição do espermatóforo, estrutura que contém os espermatozóides e os transfere para a fêmea, já que escorpiões não possuem um órgão transmissor de esperma. Esse substrato varia com as espécies e pode ser limpo com os pentes do macho. Toda essa dança possui duração variável, de acordo com a dificuldade de encontrar o local adequado. No escorpião-marrom, Tityus bahienses, ela dura de 15 a 20 minutos, mas pode chegar a mais de 10h em outras espécies.

A etapa seguinte é a inseminação da fêmea. O macho eleva seu pós-abdome e libera simultaneamente um par de hemiespermatóforos, pequenas estruturas rijas, alongadas, alojadas dentro de bainhas e localizadas internamente, uma de cada lado do corpo, em posição posterior ao opérculo genital. Esses se fundem, formando uma peça única com esperma em seu interior, o espermatóforo. A fêmea é, então, puxada em direção ao espermatóforo fixado de forma inclinada no chão, até que seu opérculo genital o toca. Após isso, ela se liberta, podendo aceitar outros machos para acasalamento.

O período de acasalamento do escorpião-marrom (Tityus bahienses) é de outubro a dezembro, com intensa atividade sexual.

Todo esse processo descrito acima não ocorre no escorpião-amarelo (Tityus serrulatus). Nessa espécie não existem machos e a reprodução ocorre assexuadamente, por partenogênese, onde óvulos não fecundados dão origem a novas fêmeas. Esse fato pode ser uma justificativa para a abundância desses animais em certas regiões do Brasil.

Nascimento, crescimento e desenvolvimento:

Escorpiões são animais vivíparos, ou seja, eles não botam ovos, diferente dos outros aracnídeos. Uma fêmea prestes a dar à luz posiciona-se com sua parte anterior, do cefalotórax e pré abdome, levantada, formando o cesto natal para amparar os recém nascidos, que são levados pelo primeiro ou segundo par de pernas ao dorso da mãe. Os filhotinhos, brancos e moles, aderem ao corpo da parturiente por ventosas temporárias nas extremidades das pernas e permanecem aí até a realização da primeira muda, se alimentando de reservas.

Comumente ocorre mais de um parto por cópula e o tempo de gestação varia com a espécie. Há registros desde 42 dias a até 18 meses! O número de filhotes depende da espécie e das fêmeas, podendo ser gerados desde um a até mais de cem.

Nos escorpiões-marrons (Tityus bahienses), a gestação é de cerca de 130 dias e nasce uma média de 36 filhotes, que permanecem no dorso da fêmea por até 7 dias. Nos escorpiões-amarelos (Tityus serrulatus) o período de gestação é menos (90 dias) sendo que, em média, nascem até 9 filhotes, os quais permanecem em contato direto com a mãe por 7 dias.

Os escorpiões são artrópodos, grupo que abrange animais de exoesqueleto, ou seja, que possuem uma casca dura externa ao corpo que não cresce. Por isso, eles precisam realizar mudas para crescer, processo chamado de ecdise e realizado até que se atinja a maturidade sexual. O número de ecdises varia entre as espécies e as diferentes condições, mas está dentro de uma média de 5 a 6.

Em escorpiões-marrons (Tityus bahienses), foram registradas 4 a 5 mudas e uma vida máxima de 1417 dias. Para escorpiões-amarelos (Tityus serrulatus), ocorrem 5 mudas em 1 ano, quando é atingida a maturidade, e o tempo de vida máximo já registrado foi de 1590 dias. Essa vida é curta se comparada com a do escorpião gigante do Arizona, o Hadrurus arizonensis, que pode viver por até 25 anos!

O Veneno do Escorpião e suas Consequências

Sem dúvida, o grande mal dos escorpiões é o veneno, que pode ser tóxico em maior ou menor grau aos homens dependendo da espécie. Apesar da sua grande importância na evolução e sobrevivência desses animais, é essa característica a grande causadora do terror e calafrios da população em direção a eles, rendendo-lhes o título de praga urbana. È importante lembrar, porém, que as espécies que realmente causam acidentes graves, estas sim consideradas perigosas, não passam de 25 dentro de um grupo de mais de 1500. Além disso, dessas 25, apenas cinco são encontradas no Brasil. O medo extremo existe, portanto, devido à falta de conhecimento do povo. O escorpião-preto (Bothriurus araguayae), por exemplo, que é abundante em algumas cidades do estado de São Paulo, vem causando pânico em muitas pessoas apesar de não causar mais do que dor com sua picada.

Os escorpiões possuem duas glândulas de veneno, uma de cada lado do telson, que é o último segmento do pós-abdome (a chamada “cauda”). Nelas são produzidas misturas complexas de muco e várias proteínas, inclusive as neurotóxicas, que interagem com os componentes principalmente das células nervosas de outros animais e são responsáveis pela toxicidade dos venenos escorpiônicos. Essa solução permanece nas glândulas até que estas sejam comprimidas por músculos, quando é expelida por um canal que desemboca próximo ao ferrão. O estímulo para que isso ocorra deriva da necessidade de paralisia de uma presa ou constatação de situação de perigo. Nesta última, há liberação de toda a peçonha armazenada nas glândulas.

As neurotoxinas produzidas pelos escorpiões atuam principalmente estimulando terminações nervosas periféricas (nervos próximos à pele), o que causa sensação de dor. Na maior parte dos casos, os sintomas se restringem nesse ponto. Em casos de maior gravidade ocorre liberação pelo próprio organismo da vítima de substâncias chamadas mediadores químicos, como a adrenalina, a noradrenalina e a acetilcolina, que trazem outras conseqüências graves:

 a adrenalina e a noradrenalina causam aumento da pressão sanguínea, distúrbios do ritmo cardíaco (arritmia cardíaca), redução do diâmetro de vasos sanguíneos (vasoconstrição periférica) e, eventualmente, insuficiência cardíaca, acúmulo de líquido nos pulmões (edema pulmonar) e, finalmente, choque, com a desordem total do sistema circulatório e sua incapacidade de irrigar todos os tecidos do corpo;

 a acetilcolina causa aumento das secreções lacrimal, nasal, salivar, brônquica, sudorípara e gástrica, tremores, contrações musculares involuntárias (espasmos musculares), diminuição do diâmetro das pupilas (miose) e diminuição do ritmo cardíaco.

Segundo o Ministério da Saúde, podem-se classificar os casos de escorpionismo (envenenamentos por picadas de escorpiões) em três níveis segundo sua gravidade: leve, moderado ou grave, conforme descrito na tabela abaixo.

Casos graves são mais comuns de ocorrerem em crianças devido à maior probabilidade de contato com escorpiões (já que crianças gostam de por as mãos em tudo), menor peso corporal e características internas como maior irrigação sanguínea. Por isso é necessário atenção especial a crianças com menos de 7 anos de idade.

O que fazer se eu levar uma picada de escorpião?

As decisões iniciais que seguem um acidente podem determinar suas conseqüências. Tendo isso em vista, seguem algumas medidas a serem tomadas em casos de ferroadas:

1. Lavar o local com água e sabão e aplicar compressas de água fria. A vítima deve ser mantida deitada e evitar grandes movimentos para não favorecer a absorção do veneno. Se a picada estiver no braço ou na perna, mantê-los mais elevados. Não fazer torniquete ou sucção no local da ferida, não espremer, cortar, furar ou aplicar folhas ou outros produtos.

2. Coletar o escorpião. Se ele ainda estiver vivo, isso pode ser feito invertendo-se um frasco de boca grande sobre o bicho e passando-se uma folha de papel embaixo do recipiente e do animal, que deve ser substituída pela tampa furada após virar o frasco. Não é necessário colocar alimento. Também é possível capturá-lo segurando o pós-abdome com uma pinça, de modo a impedir o uso do ferrão. Nunca utilize sacos plásticos para aprisionar indivíduos. Também é importante saber para realizar a captura que escorpiões não saltam.

Se o animal estiver morto, coloque-o em um frasco de vidro com álcool.

Se possível, identifique o escorpião. Constatado alto grau de periculosidade, leve a vítima imediatamente a um hospital.

3. Para amenizar a dor da ferroada, podem ser utilizados analgésicos ou bloqueios anestésicos locais.

4. Observe a vítima. Se ela apresentar os sintomas: náuseas ou vômito, suor excessivo, abaixamento da temperatura, agitação, tremores, salivação, aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial (pressão sanguínea), leve-a imediatamente ao serviço de saúde mais próximo com o escorpião capturado. O soro anti-escorpiônico deve ser aplicado em último caso, pois pode gerar distúrbios. Em pacientes com hipersensibilidade (alérgicos) pode até mesmo levar a óbito. Esse, no entanto, é o único tratamento eficaz para a maioria dos casos graves.

5. Notifique o serviço de zoonoses de sua cidade ou o órgão municipal responsável sobre o ocorrido, mesmo que o acidente tenha sido leve. Essa etapa é esquecida por muitos, mas é de suma importância para alertar a população local sobre riscos, guiar medidas e focalizar áreas para ações de controle e até mesmo garantir estatísticas reais.

Em São Paulo, o órgão a ser avisado é Centro de Controle de Zoonoses ou CCZ (portal: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/vigilancia_saude/ccz), que faz parte da COVISA (Coordenação de Vigilância em Saúde). O contato pode ser feito no endereço:

Rua Santa Isabel, 181, Vila Buarque
CEP: 01221-010 São Paulo (SP),

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No Brasil, a freqüência de acidentes envolvendo picadas de escorpiões vem aumentando e o escorpionismo (envenenamento por escorpiões) vem se tornando um problema preocupante e até de saúde pública em algumas regiões, principalmente de Minas Gerais e São Paulo. Os casos de escorpionismo já superam os de ofidismo (envenenamento por peçonha de cobra) e de acidentes com aranhas. Em 2006, as notificações alcançaram 16 casos/100.000 habitantes e em 2007 foram 38 mil acidentes em todo o país. Nesse mesmo ano, os casos aumentaram em 30% no estado de São Paulo, mas ainda é o nordeste brasileiro o que possui maior número de vítimas. Felizmente, a maioria dos ocorridos é registrada como de gravidade leve e as de moderada e grave são minoria, com menos de 0,1% de óbitos.

As principais espécies responsáveis por casos graves são os escorpiões amarelo (Tityus serrulatus) e marrom (Tityus bahienses), nessa ordem de periculosidade. Ambos podem levar indivíduos à morte se não tratados devido à alta toxicidade de seus venenos e também, na primeira espécie, à alta quantidade de peçonha injetada que pode causar óbitos inclusive de adultos. No caso da segunda, dificilmente um adulto picado precisará de tratamento com soro.

A situação brasileira, apesar de séria, não se compara com outras regiões do mundo. O México talvez seja o país com maior índice de acidentes com escorpiões. Lá são registradas 11 espécies perigosas ao ser humano, como o escorpião-mexicano ou escorpião-de-Morelos (Centruroides limpidus) em Morelos, C. sufussus, um dos mais perigosos do mundo, em Durango e C. limpidus tecomanus em Colima. No começo dos anos noventa, a estimativa nacional era de 200.000 picadas. Em alguns estados do centro e oeste do México, a incidência anual de acidentes chega a 1300 por 100.000 habitantes e até 2050 por 100.000 habitantes em algumas comunidades de Morelos, no sudoeste da Cidade do México.

É interessante saber que em 57% dos incidentes, as partes do corpo atingidas por picadas são as mãos e em quase 18% os pés. Isso nos direciona a entender as causas dos acidentes, que ocorrem principalmente no contato com locais de esconderijo de escorpiões, como entulhos, frestas, telhas e tijolos, costas de quadros e armários, sapatos, etc. Ameaçados, os animais picam para se defender.

Algumas vezes, o ferrão em uma picada pode atingir partes do corpo com pele mais resistente, como áreas calejadas e solas dos pés. Nesses casos, a injeção de veneno é muito superficial, o que minimiza seus efeitos. Ocorrem também ferroadas assintomáticas quando as glândulas de veneno estão descarregadas (vazias) devido ao uso prévio, por exemplo, em uma presa.

Curiosidades

Os escorpiões estão presentes e próximos à população humana desde seu início. Nesse longo período, foi inevitável o surgimento de histórias, muitas delas apenas lendas. Abaixo estão algumas curiosidades sobre esses animais.

 Escorpiões são mesmo suicidas?

A lenda conta que escorpiões cercados pelo fogo ferroam a própria cabeça e se suicidam. Essa história surgiu pela observação popular desses animais contorcidos com o ferrão próximo à cabeça, mas não é verdadeira. O que ocorre é que, ao tentar se defender, eles movimentam com agressividade o pós-abdome, chegando até mesmo a roçá-lo no dorso, mas não chegam a se picar. Eles morrem por causa do calor nessas situações. Aliás, os escorpiões são imunes ao seu próprio veneno. Estudos realizados na França indicaram que neurotoxinas de uma espécie de escorpião não têm efeito sobre as células nervosas desta. Nesse contexto, é interessante a afirmação do professor von Ihering: “o único animal bastante estúpido para ter a ideia de se matar é o homem”.

 Escorpiões podem ser congelados?

Escorpiões são animais extremamente resistentes. Alguns testes comprovaram isso, surpreendendo até mesmo especialistas:

- um macho de escorpião preto (Bothriurus araguayae) se recuperou rapidamente de uma submersão de dezesseis horas e meia;

- uma fêmea da mesma espécie congelada em um bloco de gelo voltou a suas atividades normais após descongelada;

- uma fêmea adulta de Tityus bahienses, o escorpião-amarelo, resistiu a 17 minutos submersa em álcool 75°.

Um fato curioso também repercutiu como comprovação da resistência desses animais, quando um paleontólogo americano, montando um molde de gesso de um crânio de um dinossauro, prendeu sem querer um escorpião, engessando-o. Quinze meses depois o bicho saiu por uma fenda enquanto o pesquisador serrava o molde para abri-lo. A vontade de viver do escorpião foi respeitada e ele foi solto em um descampado fora da cidade.

 Existem animais imunes ao veneno de escorpião?

Apesar da resistência dos escorpiões, armados de pinças e veneno e protegidos pelo exoesqueleto resistente, eles ainda são predados por outros animais, que podem ser totalmente imunes a suas ferroadas (como a serpente da areia, Chionactis sp., que se alimenta exclusivamente de escorpiões, e os suricatas), resistentes ao veneno ou simplesmente espertos o suficiente para eliminar o telsonn, local de concentração das toxinas (como babuínos da África e Ásia).

Escorpiões também fazem parte do cardápio de algumas culturas humanas, como a chinesa, onde eles podem ser fritos em espetos e vendidos em feiras populares. O “record” de mais escorpiões comidos em menor tempo é do saudita Maliki: 22 em apenas 3 minutos. Maliki diz que consome a iguaria há 21 anos e nunca se sentiu mal por isso. Pelo contrário, diz que a aprecia muito. Mas não se esqueça: antes de imitar esse costume, retire o telsonn!

 Lacrainhas são escorpiões?

É comum o povo confundir lacrainhas, comuns em certas praias brasileiras, com escorpiões. Esses animais são muito diferentes: os primeiros são insetos, mais especificamente dermápteros, e não causam danos consideráveis aos humanos. Existe um animal ainda mais parecido com os escorpiões, os pseudoescorpiões, estes sim fáceis de serem confundidos devido à proximidade de parentesco. Eles também vivem em troncos de árvores, em vãos e substratos, mas, como as lacrainhas, são inofensivos.

 Todo escorpião se defende com ferroadas?

A injeção de veneno não é a única arma dos escorpiões. Algumas espécies do gênero Parabuthus esguicham-no a até um metro de distância, podendo atingir os olhos de seu inimigo. Há ainda espécies que não utilizam veneno e preferem confiar em suas pinças fortes, como Opisthophthalmus lepturus, ou dar mordidas com suas quelíceras, como o Palamnaeus gravimanus.

 Alho espanta escorpião?

Todos conhecem o uso de alho para espantar vampiros e mau-olhado. Isso é apenas uma crença popular, mas de fato pode ser comprovado que este tempero afasta outros tipos de inimigos. O costume rural de passar o alho em portas e janelas ajuda de fato a espantar insetos, escorpiões e até cobras.

 Remédio à base de escorpião?

A medicina chinesa é conhecida por seus ingredientes naturais e inusitados. É claro que os escorpiões, com suas toxinas de forte efeito sobre o sistema nervoso, não poderiam ficar de fora. Dezenas de formulações que tratam, entre diversas outras, queimaduras, dores de cabeça, resfriados, hérnias, doenças renais crônicas, tuberculose, reumatismo, hemorroidas, osteomielite, artrite, doenças cardiovasculares e até cânceres de pulmão, de mama e outros, levam escorpiões. Pode parecer poção mágica de bruxa, mas a eficácia de muitas está comprovada como acima de 90%!

A preparação dos escorpiões para uso nas receitas é simples. Eles são imersos vivos em água limpa, congelados e secados, lavados com água limpa e novamente secados.

 Escorpiões em casa ?

Os escorpiões têm a capacidade de se movimentar na rede de esgoto, penetrando nos domicílios através de ralos, tanques e caixas de gordura. Em Uberlândia (MG) o Centro de Controle de Zoonoses levantou que 80% dos casos de aparecimento deste animal nas casas estavam relacionados a este meio de acesso. Assim, a vedação destes tornou-se uma medida preventiva bastante eficaz.

Saiba Mais

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BOTERO-TRUJILLO, R.; NORIEGA, J. A. First record of the scorpion genus Microtityus from Colombia, with the description of a new species (Scorpiones, Buthidae). The Journal of Arachnology, v. 36, p.259–266, 2008.

BOTERO-TRUJILLO, R. The scorpion genus Ananteris in Colombia: comments on the taxonomy and description of two new species (Scorpiones, Buthidae). The Journal of Arachnology, v. 36, p.287–299, 2008.

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